segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

É hora de desfazer os boatos em torno do vírus da zika

Diversos áudios têm circulado em grupos de WhatsApp mencionando a possibilidade e a existência de crianças menores de 7 anos e idosos com sintomas neurológicos decorrentes do vírus zika. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) esclarece que essas informações não têm fundamentação científica. Até o momento, não há qualquer registro de crianças ou idosos apresentando sintomatologias neurológicas relacionadas ao vírus da zika.
É importante também esclarecer que, assim como outros vírus, a exemplo de varicela, enterovírus e herpes, o zika poderia causar, em pequeno percentual, complicações clínicas e neurológicas em adultos e crianças, sem distinção de idade. Quanto ao vetor, até o momento, não existem estudos científicos que apontem para o envolvimento de outras espécies de mosquitos além do Aedes aegypti na transmissão da doença no Brasil.


A Fiocruz vem trabalhando em estreita parceria com o Ministério da Saúde na investigação da doença e prima pela transparência e pela seriedade na divulgação de informações para a sociedade. Por se tratar de uma doença recente e que ainda não foi suficientemente estudada pelos pesquisadores, surgirão muitas dúvidas e perguntas, bem como boatos e informações desencontradas, especialmente nas mídias sociais.
Edifício da Fundação Oswaldo Cruz
Preocupada com os boatos, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) inicia uma mobilização contra as especulações que só aumentam a sensação de medo na população, especialmente entre gestantes e mães. Nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp, várias pessoas têm recebido mensagens que relacionam vacinas à microcefalia.
“As grávidas não podem deixar de tomar as vacinas recomendadas que oferecem imunização a elas e aos fetos”, diz a chefe do Setor de Infectologia Pediátrica do Huoc, Ângela Rocha.


Para orientar a população, a SES preparou um material educativo com o intuito de desfazer os boatos. Sobre as vacinas, a secretaria deixa claro que todas ofertadas pela rede pública de saúde (influenza; coqueluche, difteria e tétano) são seguras. Além disso, não há registro sobre a associação do uso de vacinas com a microcefalia.

Em relação à amamentação, os especialistas reforçam que não há evidências para alterar as orientações já consolidadas sobre o aleitamento materno, assim como a conduta adotada pelos bancos de leite. 

 O Ministério da Saúde soltou uma nota oficial sobre o assunto. Veja a seguir:


"O Ministério da Saúde esclarece que todas as vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de Imuização (PNI) são seguras e não há nenhuma evidência na literatura nacional e internacional de que possam causar microcefalia. 
É importante lembrar que, independente de todas essas precauções, assim como os medicamentos, nenhuma vacina está livre totalmente de provocar eventos adversos, porém os riscos de complicações graves causadas pelas vacinas são muito menores do que os das doenças contra as quais elas protegem. Destaca-se que não há relatado nesse sistema de notificação sobre microcefalia relacionada à vacinação, bem como não existe, até o momento, na literatura médica nacional e internacional, evidências sobre a associação do uso de vacinas com a microcefalia."

Os casos suspeitos de microcefalia não se restringem à região Nordeste. Veja o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde:




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