quinta-feira, 24 de março de 2016

Luzes, câmera, Alceu! Aos 69 anos,  Alceu Valença lança seu primeiro filme

 "A Luneta do Tempo" é a estreia do famoso cantor e compositor, sãobentense, Alceu Valença no cinema. O longa, foi premiado em Gramado e selecionado para outros tantos festivais.
 Alceu diz, em entrevista, que tinha o filme há 14 anos na cabeça, e finalmente conseguiu realizar seu sonho de contar esta deliciosa história, sob o formato de um brasileiríssimo cordel cantado.
A trama fala de um cangaceiro, amigo e compadre de Lampião, morto de forma traiçoeira por um tenente. Abalada, a viúva do cangaceiro abandona o cangaço e foge com um circo, dando início assim a uma história que terá vários desdobramentos por décadas.
Recheado de canções, compostas pelo próprio Valença, "A Luneta do Tempo" tem todas as suas falas e diálogos rimados como na literatura de cordel.
Alceu contou que a perseguição da polícia ao cangaço é apenas o pano de fundo do filme, que na verdade se resume a uma tragédia com elementos de circo, literatura de cordel e humor.
Alceu decidiu assumir o filme (quase) sozinho: escreveu, dirigiu, compôs as canções da trilha, coeditou e até arranjou um pequeno papel para si.
O diretor, Alceu Valença, comenta que as referências para o filme vêm das suas próprias experiências, em especial da infância vivida em São Bento do Una, no agreste pernambucano.
"A ideia, de fazer o filme, surgiu em 1999, quando voltei a minha cidade natal (São Bento do Una), para o funeral de meu pai, Décio de Souza Valença. Fui tomado de assalto pelas referências da minha infância, a cultura dos cantadores, violeiros, emboladores, cegos de feira, cordelistas, vaqueiros, os velhos circos do interior, o cangaço”, recordou o músico.
“A inspiração veio de um grupo de cangaceiros que ia invadir a fazenda do meu tio. Isso acabou se misturando com a mítica criada pelo cordel em torno do assunto, como um que li quando menino que falava da chegada de Lampião no inferno”, disse.
Mas, o cinema também é parte da memória afetiva do cantor, desde que ele era garoto. “Eu morava numa cidade de cinco mil habitantes (SÃO BENTO DO UNA), tinha dois cinemas ai eu era viciado em assistir filmes.

Minha mãe fazia cinema de sombras, ela gostava de fazer cinema de sombras em casa, colocava lenções... Eu também brincava de ver películas numa caixinha de sapato”, relembra Alceu.

Alceu Valença falou sobre ter passado uma década e meia para realizar o filme, das ideias iniciais até a finalização.
“Demorou muito, mas para mim o tempo não tem tempo. Acho que a gente vive nos três tempos ao mesmo tempo: passado, presente e futuro. Futuro é o que você projeta, e o filme é muito sobre isso", disse.

"EU NÃO QUERO SER MAIOR DE QUE NINGUÉM EU QUERO SER EU", Alceu Valença.


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