A crueldade usada na morte da garota Hilda Beatriz, de 2 anos e 9 meses, não teve limites. Depois de levar a garota da casa da tia, em Pau Amarelo, bairro de Paulista, no Grande Recife, o suspeito do crime, o pedreiro Washington Gusmão Ferraz Júnior, 33, teria espancado e asfixiado até a morte a criança e enterrado o corpinho em um buraco com menos de um metro quadrado de largura. Após esconder o cadáver, o pedreiro permaneceu na residência bebendo cachaça com os donos, um casal preso pela Polícia Civil por envolvimento com o crime.
Maria do Socorro Oliveira, 54, e o marido dela, Heudes Luiz dos Santos, 40, eram amigos do acusado e, segundo informações de vizinhos, os três tinham uma relação amorosa há pelo menos seis anos. Bebiam juntos e Maria do Socorro, inclusive, costumava proteger Washington em qualquer situação. Ela seria apaixonada pelo pedreiro e, por isso, permitiu que ele usasse seu casebre para esconder o corpo da criança.
O corpo de Hilda Beatriz só foi encontrado às 21h30 da sexta-feira por insistência da dona de casa Luzilândia Gomes, 50, vizinha e amiga de Maria do Socorro. “Comecei a desconfiar porque sabia que Washington tinha um caso com Maria do Socorro e percebi ela muito tensa, enquanto a polícia e moradores procuravam pela menina. Pedi para entrar na casa, olhei em alguns lugares e não achei nada. Voltei depois, ainda mais desconfiada, e percebi o fogão sobre tijolos. Quando vi que havia areia remexida em baixo percebi a crueldade. A menina foi morta por ele e trazida para ser escondida na casa da amante, que concordou com tudo”, contou Dona Lu, como Luzilândia é conhecida na comunidade.
VELÓRIO E ENTERRO - Foi num clima de muita emoção e revolta que o corpo de Hilda Beatriz foi velado, na tarde deste sábado, na Assembleia de Deus de Pau Amarelo. A cerimônia também foi de despedida para Janaína Azevedo, 39 anos, morta com oito golpes de faca.
Mãe de Hilda chora durante enterro da filha, morta com requintes de crueldade, em Paulista. A família era bem conhecida na igreja. O pai, Eli de Lima Botelho, é dono de uma ótica e a mãe, Fabiana de Azevedo, já foi missionária no exterior. O Pastor Robério Amorim disse que os pais de Hilda são pessoas muito dedicadas à congregação. "Eles têm uma história em nossa igreja", ressaltou.
Janaína de Azevedo, uma das vítimas, era professora de inglês na cidade de Gravatá, no Agreste do Estado, onde morava, e estava na cidade visitando a família. O sepultamento das vítimas foi no cemitério Morada da Paz, também em Paulista.
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